Como é que a mesma atitude pode ser tão ambígua?
Se por um lado agir sem pensar pode muitas vezes levar-nos a ter atitudes irresponsáveis e inconsequentes, por outro lado, pensar demais também nos pode privar de vivências e experiências únicas. Devemos conseguir um meio termo, um patamar central que nos permita viver e aproveitar cada momento e cada oportunidade sem batermos com a cabeça (isso era mesmo o ideal) …e se batermos?? Pois, por vezes faz bem, é o que nos torna mais fortes, é o que faz de nós quem somos. É preciso errar, é preciso cair umas quantas vezes para nos sabermos levantar cada vez com mais dignidade. É preciso deixar arder um bocadinho durante um tempo e não pegar fogo de uma vez só, destruindo tudo o que se conseguiu em anos, sem olhar para trás.
O que é que nos faz pior? Pensar muito nas acções que praticamos ou não pensar de todo? Não sei…acho que o medo de nos magoarmos a nós próprios e aos outros, e essencialmente o medo de que alguém nos magoe e de que nunca nos viremos a perdoar a nós mesmos por termos sido tão inconsequentes e tão ingénuos, cria em nós um sentimento tão triste como a culpa de nós mesmo. E esta autoprotecção por vezes é nossa inimiga. Porque depois de deixar escapar o momento, é pensar nele e no que poderíamos ter vivido que dói ainda mais…
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Quase.
Começa "quase" sempre assim: primeiro sou invadida por um cheiro a Inverno e a preguiça, depois por um som a nada e a tudo...um som que tenta não fazer barulho, um som fininho, de algo pequenino, e que depois vai crescendo...e crescendo...até que se ouve a chuva a cair, o vento a bater nas janelas como se não houvesse amanhã. E de repente: Pessoas. Pessoas a falar, música vinda não sei de onde, cheiros, passos...vidas que se vivem mesmo à minha volta. E assim abro um olho, e passada uma eternidade, eis que abro o outro, e ali fico...a tentar perceber, a tentar imaginar que não é assim, que é apenas uma fase do meu sono, que ainda é demasiado cedo, que todos aqueles barulhos que começam por não fazer barulho são apenas fruto da minha imaginação. Mas não, são mesmo reais, o momento é real e as horas são reais. Incrivel, como é que um ser humano não acorda cansado depois de tanto esforço mental?! Acordar exige muita ciência!!! Muito exercicio psicológico! Por mim, adoro acordar! É uma sensação que respeito. Mas há dias assim, em que certas sensações que valorizamos perdem o encanto e se tornam uma tortura. Uma tortura sem fim. E a pior parte é pensar que ainda estamos no inicio de um longo dia. Se acordar é assim, o que será mantermo-nos acordados o resto do dia? E depois, voltamos a adormecer (que também é uma experiencia maravilhosa), e passado um segundo temos de voltar a passar pela tortura outra vez...e outra vez...e outra vez...!
Mas o bom da história reside no facto de sabermos que não ha tortura todos os dias! E aí sim, acordar tem outro encanto, sabe bem...e o novo dia é sempre um novo desafio!
E se dormirmos durante o dia, podemos ter a sensação de acordar duas vezes no mesmo dia!! Ou três, ou quatro ou quantas quisermos!! Não é fantástico?! (esta é a parte em que alguém me manda "acordar pra vida"!).
É bom que haja sempre um "lado bom da história". O cinzento fica-nos mal, a tortura fica-nos mal, o não valorizarmos a sensaçao de acordar fica-nos muito mal, e fica-nos bem pior a vontade de nos escondermos do mundo por dentro de mil lençois. De quem te escondes? Porquê? Para quê? Não vale a pena. És tu.
E como passam rápido aqueles "só mais cinco minutos" que deixamos para o fim...um fim que é um início e que tu tens o dever de o valorizar.
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