quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Pensar ou não pensar? Eis a questão.

Como é que a mesma atitude pode ser tão ambígua?
Se por um lado agir sem pensar pode muitas vezes levar-nos a ter atitudes irresponsáveis e inconsequentes, por outro lado, pensar demais também nos pode privar de vivências e experiências únicas. Devemos conseguir um meio termo, um patamar central que nos permita viver e aproveitar cada momento e cada oportunidade sem batermos com a cabeça (isso era mesmo o ideal) …e se batermos?? Pois, por vezes faz bem, é o que nos torna mais fortes, é o que faz de nós quem somos. É preciso errar, é preciso cair umas quantas vezes para nos sabermos levantar cada vez com mais dignidade. É preciso deixar arder um bocadinho durante um tempo e não pegar fogo de uma vez só, destruindo tudo o que se conseguiu em anos, sem olhar para trás.
O que é que nos faz pior? Pensar muito nas acções que praticamos ou não pensar de todo? Não sei…acho que o medo de nos magoarmos a nós próprios e aos outros, e essencialmente o medo de que alguém nos magoe e de que nunca nos viremos a perdoar a nós mesmos por termos sido tão inconsequentes e tão ingénuos, cria em nós um sentimento tão triste como a culpa de nós mesmo. E esta autoprotecção por vezes é nossa inimiga. Porque depois de deixar escapar o momento, é pensar nele e no que poderíamos ter vivido que dói ainda mais…

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

"Still too young to fail... too scared to sail away. But one of these days I'll grow old and Ill grow brave and I'll go...one of these days."

Chocolates & Cigarrettes, Angus & Julia Stone

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Quase.

Começa "quase" sempre assim: primeiro sou invadida por um cheiro a Inverno e a preguiça, depois por um som a nada e a tudo...um som que tenta não fazer barulho, um som fininho, de algo pequenino, e que depois vai crescendo...e crescendo...até que se ouve a chuva a cair, o vento a bater nas janelas como se não houvesse amanhã. E de repente: Pessoas. Pessoas a falar, música vinda não sei de onde, cheiros, passos...vidas que se vivem mesmo à minha volta. E assim abro um olho, e passada uma eternidade, eis que abro o outro, e ali fico...a tentar perceber, a tentar imaginar que não é assim, que é apenas uma fase do meu sono, que ainda é demasiado cedo, que todos aqueles barulhos que começam por não fazer barulho são apenas fruto da minha imaginação. Mas não, são mesmo reais, o momento é real e as horas são reais. Incrivel, como é que um ser humano não acorda cansado depois de tanto esforço mental?! Acordar exige muita ciência!!! Muito exercicio psicológico! Por mim, adoro acordar! É uma sensação que respeito. Mas há dias assim, em que certas sensações que valorizamos perdem o encanto e se tornam uma tortura. Uma tortura sem fim. E a pior parte é pensar que ainda estamos no inicio de um longo dia. Se acordar é assim, o que será mantermo-nos acordados o resto do dia? E depois, voltamos a adormecer (que também é uma experiencia maravilhosa), e passado um segundo temos de voltar a passar pela tortura outra vez...e outra vez...e outra vez...!
Mas o bom da história reside no facto de sabermos que não ha tortura todos os dias! E aí sim, acordar tem outro encanto, sabe bem...e o novo dia é sempre um novo desafio!
E se dormirmos durante o dia, podemos ter a sensação de acordar duas vezes no mesmo dia!! Ou três, ou quatro ou quantas quisermos!! Não é fantástico?! (esta é a parte em que alguém me manda "acordar pra vida"!).
É bom que haja sempre um "lado bom da história". O cinzento fica-nos mal, a tortura fica-nos mal, o não valorizarmos a sensaçao de acordar fica-nos muito mal, e fica-nos bem pior a vontade de nos escondermos do mundo por dentro de mil lençois. De quem te escondes? Porquê? Para quê? Não vale a pena. És tu.
E como passam rápido aqueles "só mais cinco minutos" que deixamos para o fim...um fim que é um início e que tu tens o dever de o valorizar.